Publicada originalmente em 2010 nos EUA e 2020 no Brasil, trata-se de best-seller sobre mercado financeiro e bolsa de valores, de autoria do gestor de investimentos Joel Greenblat. Nessa obra, ele descreve a sua técnica de investir em ações, a partir de seu modelo de negócios proposto, cujo resultado, ao longo dos anos, demonstrou-se com resultados e retornos superiores ao padrão da bolsa americana.
O autor cita o índice de 6% ao ano, que é mínimo esperado para qualquer investimento sem risco. Desse modo, ações devem lhe trazer mais de 6% ao ano! Essa é a primeira lição a ser aprendida.
Na sequência, ele explica o básico sobre ações. Ou seja, comprar uma ação significa tornar você um sócio da empresa e na divisão dos lucros futuros que ela tiver! Porém, aí que começa o problema, como quantificar os lucros futuros? No mesmo sentido, como quantificar que a ação está barata para se comprar?
Comprar barato significa adquirir um bem abaixo do valor que ele realmente vale. Esse valor abaixo precisa de uma margem de segurança, tendo em vista eventuais desvalorizações das ações, mesmo que compradas a preços baixos. ("Descubra quando vale uma coisa e pague menos" - Ben Graham)
Como o movimento das ações é dinâmico, isso aumenta a dificuldade do processo de compra. Prever o futuro sempre é algo relativo e não objetivo. Daí, um passo é focar somente em boas empresas, aquelas que tenham negócios altamente rentáveis e perenes no tempo. Preços irrisórios são aqueles observados na relação P/L (preço/lucro) de cada ação. Ou seja, quando custa essa boa empresa pelo lucro que ela produz numa série de anos (altos retornos sobre o capital com altos resultados de rendimentos).
Segundo o autor: "as companhias que obtêm alto retorno sobre o capital são propensas a ter alguma espécie de vantagem especial que impede que a concorrência destrua sua capacidade de gerar lucros acima da média." (2020, p.87)
Empresas boas, geralmente estão com preços caros. Porém, sob certas circunstâncias pontuais, notícias ruins podem provocar um queda momentânea dos preços. Essas são as oportunidades de comprar. Por exemplo, Usiminas que, neste ano de 2023, está a reformar um dos seus altos-fornos. Isso reduz temporariamente sua capacidade de produção e também, logo, impacta seu preço, apesar de ser uma boa empresa, altamente lucrativa.
O ideal é escolher entre 20 a 30 ações diferentes, entre boas empresas e ir adquirindo-as aos poucos, conforme for encontrando bons preços de compra. Essa estratégia permite diluir os riscos, caso uma das boas empresas escolhidas perca o seu potencial de gerar retornos no tempo. Daí ela poderá ser substituída, mantendo-se a média de ganhos com as demais.
Deve se levar em consideração que nem sempre que nem sempre empresas acima da média estarão com preços abaixo da média. Daí que um portfólio maior permitirá ajustes e focos diferentes de compra, a cada ciclo econômico. Deve ficar claro que essa estratégia de comprar 20 a 30 ações visa obter, no longo prazo, um resultado médio satisfatório e não, resultados individuais de cada ação.
Como se trata de uma estratégia de longo prazo, seus resultados devem ser esperados no futuro. Portanto, a Fórmula Mágica serve para aquele investimentos dos quais somente são esperados retornos a mais de três anos, pelo menos. Se você espera retornos mais rápidos, essa fórmula não é para você. Segundo o autor, o "Sr. Mercado" não tende a demorar mais de 2 a 3 anos para recompensar aqueles que compram boas ações a preços irrisórios.
A última dica do autor é eliminar ações de finanças (bancos, seguradoras, fundos) e também ações de consumo. Evite comprar maus negócios por preços irrisórios. O melhor é focar-se somente nos bons negócios por preços irrisórios.